O Rio Douro Antigamente: Um Rio Indomável. Douro Blog

O Rio Douro Antigamente: Um Rio Indomável

História e Curiosidades

2015-01-30

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Hoje em dia, fazer um cruzeiro pelo Douro é mais do que uma viagem… é um prazeroso momento. No entanto, este rio nem sempre foi tão amável. Durante longas e largas décadas, corria desenfreado em direção ao mar. E nestas batalhas entre o Homem e a Natureza, muitos foram aqueles que lá perderam as vidas. Hoje contamos-lhe a História deste Rio dourado: tão furioso e tão forte que até os mais poderosos vergaram perante ele.

O Rio Douro é um rio internacional que nasce nos picos da serra de Urbion, na província de Sória, em Espanha, a cerca de 2.080 metros de altitude e percorre cerca de 850 km até à sua Foz, na cidade do Porto. É o terceiro maior rio da Península Ibérica, tendo uma extensão em território português de cerca de 210 km.

 

Hoje em dia, é um rio muito calmo, completamente navegável. Mas no passado, o rio Douro era extremamente violento. Os fortes caudais, os rochedos salientes, as curvas apertadas, e o elevado declive do rio tornavam-no muito perigoso e praticamente indomável.

 

As primeiras tentativas de desobstrução da navegabilidade do rio iniciaram-se já em meados do século XVI. No entanto, só em 1791, com a eliminação do Cachão da Valeira, o Douro superior foi aberto à navegação fluvial.

 

O Cachão da Valeira era um obstáculo natural intransponível que dificultava imenso a navegação no Rio Douro. Era uma formação granítica que provocava no leito do rio uma espécie de represa, de onde a água se despenhava de uma altura de cerca de 15 m. As embarcações subiam o rio desde a Foz do Douro, no Porto, apenas até à garganta apertada do Cachão da Valeira que as impedia de navegar para montante.

 

No final do século XVIII, a Rainha D. Maria I mandou demolir este rochedo. Realizaram-se, neste sentido, centenas de explosões de dinamite abaixo da linha de água, que permitiram alargar o leito do rio. 

 

Mas a demolição do Cachão da Valeira não foi suficiente para acalmar a fúria das águas do Douro. O rio continuava bravo. Ao passarmos nesta zona lembramos duas das mais mediáticas figuras da história do Douro e do Vinho do Porto: D. Antónia Adelaide Ferreira e o Barão de Forrester.

 

No dia 12 de Maio de 1831, ambos saíram num barco rabelo da Quinta do Vesúvio, de D. Antónia Adelaide Ferreira, em direção à Régua. No entanto, ao passarem no Cachão da Valeira, o pequeno barco rabelo sofreu um naufrágio. Conta a lenda que a Ferreirinha se salvou devido às suas volumosas saias, que a permitiram flutuar e chegar em segurança à margem do rio. Já o Barão de Forrester acabou por se afogar devido ao peso do cinto com dinheiro que transportava consigo. 

 

Só no século XX, com o aproveitamento hidroelétrico do Douro, se conseguiu regularizar o curso do rio. Com a construção de barragens, a partir da década de 60, criaram-se grandes albufeiras de águas tranquilas, que vieram incentivar a navegação recreativa e a pesca desportiva. Pode então dizer-se que o rio ficou domado definitivamente.

 

Construíram-se, assim, cinco barragens ao longo do percurso do rio Douro em território português. Com estas construções, consegue assegurar-se uma navegação tranquila e segura. Os cruzeiros pelo Douro são, hoje em dia, conhecidos a nível internacional e chegam turistas dos quatro cantos do mundo para experimentar um deleitoso passeio de barco. O Douro está na moda… e os seus cruzeiros são imbatíveis!

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